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sexta-feira, 4 de julho de 2014

SONETO VII (Cláudio Manuel da Costa)


VII

Onde estou! Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado!
Tudo outra natureza tem tomado;
E em contemplá-lo tímido esmoreço.


Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado:
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!


Árvores aqui vi tão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.


Eu me engano: a região esta não era:
Mas que venho a estranhar, se estão presentes,
Meus males, com que tudo degenera!

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